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Empresa-filha sediada no Parque da Unicamp usa nanotecnologia no combate a microorganismos resistentes

Uma foto que mostra uma mulher branca, com um jaleco azul-escuro e luvas de látex rosas. Ela está no interior de um laboratório com paredes de cor cinza e vidro, posicionada entre duas bancadas de granito, em um ambiente esterilizado e com iluminação clara. Ela está concentrada e despejando um líquido de um frasco menor para outro maior, de formato cônico, que contém um líquido vermelho. Fim da descrição.
A startup Ehrena foi fundada há menos de quatro anos, acumula cinco patentes depositadas e tem o objetivo de combater microrganismos resistentes.

 

Texto: Mariana Camba – Inova Unicamp | Fotos: Ehrena – Divulgação 

 

O laboratório Ehrena é uma empresa-filha da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atuante nos segmentos de saúde e bem-estar, que está instalada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, ambiente sob gestão da Agência de Inovação Inova Unicamp. A startup é responsável por uma tecnologia com patentes depositadas, chamada Nanoativ, capaz de potencializar diferentes Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) através da nanoencapsulação. Diante do leque de opções, a empresa tem foco nos antimicrobianos resistentes.

A partir da nanotecnologia, a startup desenvolveu o produto NanoCX, que potencializa a eficácia e segurança de um IFA antisséptico orgânico e atenua a sua toxicidade. Atualmente, a deep tech está na fase de estudos pré-clínicos para comprovar a eficácia do uso do NanoCX como um medicamento antibiótico de amplo espectro e com foco no combate a microrganismos resistentes, como fungos e bactérias, por meio do nanoencapsulamento.

Uma foto que mostra uma mulher branca, com um jaleco azul-escuro e luvas de látex rosas. Ela está no interior de um laboratório com paredes de cor cinza e vidro, posicionada entre duas bancadas de granito, em um ambiente esterilizado e com iluminação clara. Ela está concentrada e despejando um líquido de um frasco menor para outro maior, de formato cônico, que contém um líquido vermelho. Fim da descrição. 
A aluna de pós-graduação em Gestão Estratégica de Inovação Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp e sócio fundadora, Renata Iwamizu, visa a criação de novos produtos em meio à atuação pioneira da startup. Foto: Ehrena - Divulgação.

Para comprovar a eficácia do produto, a equipe da startup tem realizado testes em células humanas no Centro de Química Medicinal (CQMED) da Unicamp. Simultaneamente, a empresa está em tratativas para realizar estudos pré-clínicos no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), com início previsto para 2026.

A Ehrena conta com três profissionais atuantes em seu laboratório: a aluna de pós-graduação em Gestão Estratégica de Inovação Tecnológica do Instituto de Geociências (IG)  da Unicamp e sócia fundadora, Renata Iwamizu; a egressa da graduação em Química Tecnológica do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, Angélica Fernandez; e o farmacêutico argentino atuante há 40 anos no segmento, Gustavo Bramajo.

Iwamizu é responsável pelo direcionamento da gestão estratégica de inovação, negócios e pesquisa, visando a criação de novos produtos e mercados em meio à atuação disruptiva. A atuação de Fernandez tem foco na organização e validação dos processos desenvolvidos, para que possam atingir os níveis científicos e comprobatórios exigidos. "Atuo de modo a obter as certificações necessárias para comprovar a robustez e excelência do nosso trabalho”, explicou Fernandez.

Compondo o time, Bramajo norteia os passos seguintes da startup, com foco na parte prática e de operação da deep tech, com foco na produção escalonada e industrial, para atender as demandas e interesses dos parceiros industriais já conquistados.

A Ehrena surge na tentativa de combate à pandemia 

A empresa-filha da Unicamp surgiu durante a fase final da pandemia provocada pela Covid-19, em meio à vontade de encontrar uma solução capaz de enfrentar o problema de saúde global. Na época, Iwamizu já atuava há mais de uma década na área da inovação, incluindo projetos em institutos europeus de nanotecnologia, o que a levou focar na descoberta de nanoestruturas antissépticas compatíveis com bases materiais e a firmar parceria com o químico Rubén Sinisterra, docente na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

A partir da tecnologia desenvolvida e do depósito de duas patentes em co-titularidade com a UFMG, seguiu com a ideia de continuar a investigação do potencial da nanoestrutura obtida, o que resultou em novas descobertas e no desenvolvimento e implementação da tecnologia para outras aplicações. Assim, a Ehrena nasceu com foco em pesquisas direcionadas à atividade nanoestrutural, com atuação em diversos grupos de microrganismos

A importância da Unicamp no processo de crescimento da Ehrena

Segundo a equipe, o Parque Científico e Tecnológico da Unicamp foi escolhido como sede da empresa devido ao propósito de inovação, o que fez com que o grupo buscasse a proximidade com o ecossistema da Universidade. “A Unicamp tem nos ajudado no processo de crescimento ao nos dar voz e construir pontes com stakeholders fundamentais para ultrapassar os desafios naturais de uma deep tech, com o auxílio da estrutura e dos profissionais atuantes nesse universo”, ressaltou.

O trio ainda garantiu que a imersão em uma das melhores universidades do país permite a atuação ao lado de profissionais de excelência, além da disponibilidade da tecnologia de ponta. A estrutura da Unicamp e a proximidade com o seu ecossistema empreendedor permite que a deep tech atue em frentes distintas, além do auxílio da Inova Unicamp, que atende às necessidades do projeto ao proporcionar ganhos na velocidade de conexão com outras empresas e órgãos de fomento.  

Sobre empresas-filha da Unicamp

São chamadas de empresas-filhas da Unicamp os empreendimentos fundados por alunos, egressos, funcionários, docentes, pesquisadores ou outras pessoas que têm ou tiveram algum vínculo com a Universidade. Também se enquadram como filhas da Universidade as empresas que foram incubadas ou graduadas na Incubadora de Empresas de Base Tecnológico da Unicamp (Incamp) ou então os negócios que possuem em seu core business um conhecimento, protegido ou não, da Unicamp, conhecidas como spin-offs acadêmicas. Os negócios que se encaixam dentro desses requisitos podem cadastrar a sua empresa para compor o ecossistema de empresas-filhas da Unicamp no site da Inova Unicamp

Sobre a Inova Unicamp

A Inova Unicamp é o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Universidade e atende a todos os campi. A Agência de Inovação da Unicamp foi criada em 2003 com o objetivo de identificar oportunidades e promover atividades que estimulam a inovação e o empreendedorismo, ampliando o impacto do ensino, da pesquisa e da extensão em favor do desenvolvimento socioeconômico sustentado.

A Agência apoia a comunidade na proteção da propriedade intelectual da Unicamp, na transferência de tecnologia, na consolidação de convênios de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) entre a Unicamp e o setor empresarial. Ela também é responsável pela gestão do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e da sua Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp), além de fomentar a comunicação e a cultura de empreendedorismo e inovação com programas de relacionamento institucional e capacitações.