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Texto e fotografia: Adriana Pavanelli

Na última quinta-feira, 25 de fevereiro, a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) recebeu em seu auditório o grupo Inseed Investimento, gestora de recursos focada em inovação early stage, que tem como objetivo gerar valor para investidas e investidores e é responsável pela gestão do Criatec 1, Criatec 3 - fundo de Investimento com a finalidade de capitalizar as micro e pequenas empresas inovadoras - e FIMA (Fundo de Inovação em Meio Ambiente) – que disponibiliza R$ 165 milhões para investimento. Edismar Rezende, representante da iniciativa, apresentou o Inseed, o Criatec 3 e o FIMA, além de abordar peculiaridades do processo de avaliação, ferramentas de valuation desenvolvidas, oportunidades e disponibilidade de recursos no cenário de crise. Ao final da apresentação do representante da Inseed, empresas incubadas na Incamp Geocrop e Cybox Tecnologia apresentaram seus pitches, assim como a empresa Calipso.

Foram apresentados três pontos chave a serem analisados incialmente em uma empresa candidata a receber investimento: o perfil dos empreendedores, a inovação tecnológica e o mercado a ser explorado. Em relação aos empreendedores, a gestora analisa comprometimento com o negócio, postura construtiva e colaborativa e também o background da equipe em empreender. Em inovação é analisado quais os benefícios adicionais que a empresa traz e quais as barreiras, ou seja, valor de concorrência e dispositivos que não permitam cópia por parte de terceiros. E, na análise de mercado, é observado a força macroeconômica, disponibilidade de recursos, necessidade dos serviços ou produtos oferecidos e soluções disponíveis para o mercado.

Rezende explicou o que se deve pensar sobre seu negócio antes de conversar com potenciais investidores. “É necessário ter clareza sobre o modelo de negócio e oferta de valor, sobre a inovação que permite que sua empresa se diferencie de forma significativa no mercado e de outros players e sobre a visão de crescimento do negócio. A Inseed Investimentos constrói a tese de investimentos com o empreendedor, ou seja, ajuda na definição de onde e como se deseja chegar. O Criatec 3 é uma real oportunidade em meio à crise econômica que o país está enfrentando”, afirma, reforçando que é a inovação que dá grandes diferencias ao negócio.

O Fundo Criatec 3

Com fundo total de R$ 200 milhões de capital comprometido e valores aportados por empresa variando de R$ 1,5 a R$ 10 milhões, o Criatec 3 é voltado para empresas estabelecidas no Brasil, que desenvolvam tecnologias inovadoras e que tenham potencial de crescimento, com possibilidade de inscrição no Fundo até 2019 e com duração total de 10 anos. São selecionadas micro e pequenas empresas com faturamento líquido de até R$ 12 milhões (no ano anterior ao investimento), nos seguintes setores: tecnologia da informação e da comunicação, biotecnologia, agronegócio, novos materiais e nanotecnologia.

Trajetória do Inseed

A história do grupo é baseada nos gestores da incubadora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que desejavam aumentar a conexão entre a academia e o mercado. Por isso, em 2007, surgiu a Inseed, com a finalidade de gerir o Criatec 1, primeiro fundo de investimento em empresas emergentes criado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), voltado especificamente para empresas nascentes e, também, o maior do país até então. Outro fundo gerido é o FIMA, criado em 2011. “Apesar da tendência sustentável, é difícil achar negócios inovadores dentro desta temática para investir”, conta Rezende.

Em 2015, a Inseed foi novamente selecionada pelo BNDES para atuar como gestora, desta vez do Fundo Criatec 3. Dos R$ 200 milhões de capital comprometido, R$ 500 milhões já estão ativos para serem investidos. Eles já possuem 35 investimentos na carteira e cada empresa pode aportar valores entre R$1,5 a R$ 10 milhões, dependendo da avaliação que o Fundo faz de cada negócio. A duração total do Fundo é de 10 anos. A Inseed fará os investimentos ao longo dos 4 primeiros anos e continuará a fase de desenvolvimento de negócios por mais 6 anos.

Além disso, o grupo realiza um processo de aceleração de negócios investidos, agregando não apenas o capital do Fundo, mas também governança, gestão e estratégia. Para tanto, cada empreendimento é acompanhado por um gerente, que analisa desde o primeiro contato até o desinvestimento, um business development - responsável pela estratégia operacional - e um analista, que cria indicadores, inputs e análises de valor.