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Participantes durante a apresentação do Plano de Gestão de Resíduos Local. Em segundo plano, apresentação sendo projetada Fim da descrição.
O PGRL foi apresentado em evento que contou com a participação de todos os setores da Agência de Inovação, além de todas as startups instaladas no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, que também é contemplado pelo Plano de Gestão de Resíduos

  

Texto: André Gobi – Inova Unicamp | Fotos: Letícia Moreira – Inova Unicamp

O manejo adequado de resíduos nas organizações é fundamental para a sustentabilidade ambiental, para a saúde pública, para a eficiência operacional e também para a segurança dos seus profissionais e daqueles que estão nos seus entornos. No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, de 2010) estabelece as diretrizes para o manejo correto e a responsabilidade compartilhada.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conta com diretrizes baseadas na PNRS para o manejo, descarte e minimização da geração de resíduos, que se estende ao seu Parque Científico e Tecnológico, gerenciado pela Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp). Desde que a Inova criou seu Comitê de ESG (sigla em inglês para ações de boas práticas ambientais, sociais e de governança) em 2023, a Agência tem adotado medidas que reforçam seu compromisso com a responsabilidade ambiental e social.

Assim, tendo em vista reduzir a geração e manejar de forma adequada os resíduos gerados no Parque, a Inova Unicamp desenvolveu o Plano de Gestão de Resíduos Local (PGRL), que foi apresentado em 19 de setembro a todas as divisões da Agência e também a todas as empresas instaladas no Parque da Unicamp durante evento realizado no auditório do Instituto de Computação da Unicamp. O professor Renato Lopes, diretor-executivo da Inova, recebeu os participantes e falou a respeito da importância PGRL para as startups.

“Além de uma obrigação moral e legal, o Plano é muito importante para as empresas do Parque, pois também traz muitas oportunidades econômicas, uma vez que existem selos e certificações que exigem das empresas planos de gestão de resíduos adequados e dentro dos parâmetros legais”, ressaltou Lopes.

O PGRL desenvolvido pela Inova tem como objetivos principais estabelecer o manejo adequado dos resíduos gerados desde a segregação até a disposição final, além de minimizar a geração de resíduos através da aplicação da metodologia dos 5R’s - Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Para o seu desenvolvimento, a equipe de ESG da Inova realizou um minucioso mapeamento do fluxo de resíduos gerados em todo o Parque, assim como um diagnóstico de cada tipo de resíduo gerado em suas unidades.

A partir deste diagnóstico, foram montadas ações divididas em três categorias de prioridade: alta (crítica), com prazo de implementação entre 06 meses e um ano; média (semicrítica), com prazo de implementação de até um ano e meio; e baixa (não crítica), com prazo de aplicação para até dois anos. Com base nessas categorias, foi definido um plano de ações a serem tomadas já nos anos de 2024 e 2025.

Anabelle Custódio em pé, vestindo camisa verde. Em segundo plano, apresentação sendo projetada Fim da descrição.
Anabelle Custódio, especialista em ESG da Inova Unicamp. Foto: Letícia Moreira – Inova Unicamp

Anabelle Custódio, especialista em ESG da Inova Unicamp, destacou a importância da implementação do PGRL no Parque e reforçou a responsabilidade das instituições, sejam de pesquisa, governamentais ou comerciais, sobre o resíduo proveniente de suas atividades.

“O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp é uma referência em desenvolvimento de tecnologias. A implementação do PGRL pretende oferecer conhecimento e métodos para estabelecer boas práticas em sua atuação e o aperfeiçoamento de governança. A responsabilidade da gestão do resíduo é de todos”, disse Custódio.

 

 

UNICAMP E SEU HISTÓRICO DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

A implementação do PGRL desenvolvido pela Inova Unicamp é mais uma ação da Universidade que reforça seu compromisso de boas práticas para minimizar os efeitos da emergência climática, que remonta ao final da década de 1990. Há 24 anos, em 1999 foi criado o Primeiro Grupo de Gestão Ambiental da Unicamp, que resultou no Grupo Gestor de Resíduos ainda em 2003. Os esforços evoluíram com a criação da Política Ambiental da Unicamp até que, em 2017, nasceu a Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI) e, em 2019, a coordenadoria para Gestão Ambiental e de Resíduos (GEARE), grupo que fez parte do desenvolvimento do PGRL.

Durante a apresentação do Plano, Amanda Roberta de Almeida, coordenadora do GEARE, expôs aos presentes a evolução das políticas de gestão ambiental aplicadas pela Unicamp ao longo de mais de duas décadas. Em sua fala, Almeida também trouxe orientações e abordou as responsabilidades sobre as boas práticas no manejo de rejeitos, destacando a relevância do PGRL e a importância da presença no evento das startups instaladas no Parque da Unicamp e do seu comprometimento com o Plano.

“A implantação do PGRL no Parque é, antes de mais nada, uma responsabilidade socioambiental. E é uma vitrine para as startups, que poderão ser sensibilizadas para o manejo seguro e adequado dos resíduos, tanto comuns quanto perigosos”, frisou a coordenadora do GEARE.

 

PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS JÁ VEM SENDO APLICADO COM SUCESSO NA FACULDADE DE TECNOLOGIA

Durante o evento também foi apresentada a palestra “Boas Práticas de Gestão de Resíduos: caso da Faculdade de Tecnologia”, proferida pela professora Carmenlucia Giordano, da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, campus de Limeira, onde foi apresentado o Plano de Gestão de Resíduos implementado na Faculdade.

Em pé, à esquerda está Amanda Roberta de Almeida, com camisa clara. À direita está a professora Carmenlucia Giordano, de camisa verde. Fim da descrição.
Amanda Roberta de Almeida, do GEARE, e professora Carmenlucia Giordano, da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, campus de Limeira. Foto: Letícia Moreira – Inova Unicamp

Giordano compartilhou ações de melhorias e boas práticas no manejo de resíduos adotados pela FT, além dos desafios que existem na conscientização e implementação em diferentes áreas, que requerem cuidados específicos. A professora apresentou resultados significativos alcançados com a implementação do Plano, como o aumento da segurança devido ao manejo e armazenamento correto de materiais e resíduos, assim como a minimização na geração de resíduos e a diminuição nos custos com descarte. A professora também abordou a questão do manejo no caso específico do Parque da Unicamp, além dos ganhos que a gestão adequada dos resíduos traz para o campus e, de forma geral, para a sociedade.

“Antes de tudo, é preciso ter um diagnóstico, conhecer o resíduo gerado para saber como manuseá-lo. No caso do Parque, é muito interessante porque essas startups estão dentro do campus de Barão Geraldo e, se um dia mudarem para outro local, levarão adiante esse conhecimento de como fazer o manejo dos resíduos de forma adequada”, destacou a Giordano.

A professora ainda chamou a atenção para a diferença entre resíduos e rejeitos, como destaca a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para Giordano, dentro do ecossistema de empreendedorismo promovido pela Inova Unicamp, é fundamental que as startups conheçam muito bem seus resíduos que geram, pois muitas vezes isso também pode resultar num plano de negócios.

O resíduo é um bem de valor econômico, então muitas vezes uma empresa pode estar gerando um resíduo que também pode virar um negócio. Então essa sensibilização é muito importante para as startups”, concluiu a professora da FT.

 

PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DA UNICAMP

 O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, gerenciado pela Agência de Inovação Inova Unicamp, está situado no campus da Unicamp, no distrito de Barão Geraldo de Campinas. Localizado em uma área estratégica, cercado por várias instituições de ciência e tecnologia, oferece espaços de escritório, suporte para laboratórios de P&D e opções de coworking para empresas interessadas em se conectar ao ecossistema da Unicamp. Além disso, possibilita a construção de espaços personalizados para pesquisa em colaboração com a Universidade. 

Cada tipo de instalação tem seu próprio processo e edital exclusivos. Confira mais detalhes no site do Parque.