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Na foto está Paula, fundadora da Pro Verde, e ela está sorrindo e segurando um saco branco com um pó na cor marrom que é um ingrediente para seus produtos, do mercado plant-based, que estão em desenvolvimento. Paula é uma mulher branca, com cabelos castanhos na altura do ombro. Ela usa óculos de grau. Ela está vestindo um jaleco branco. Fim da descrição.
A startup está hospedada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, sob gestão da Inova, e foi fundada por uma ex-aluna da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, e usa processos biotecnológicos para modificar e melhorar ingredientes de origem vegetal para a produção de produtos plant-based

Texto: Caroline Roxo | Foto: Pedro Amatuzzi - Inova Unicamp 

A ProVerde é uma empresa-filha da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fundada por Paula Speranza, ex-aluna da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, com foco no desenvolvimento de ingredientes de fontes vegetais por bioprocessos para atender mercados como o de plant-based, ou seja, alimentos à base de plantas, nutrição esportiva e alimentos sem glúten. A empreendedora fundou a startup no final de 2021, após receber uma aprovação do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) na fase 1, que destina-se na realização de pesquisas sobre a viabilidade técnico-científica da proposta. 

Paula Speranza construiu toda a sua carreira dentro da Unicamp na área de pesquisa. Quando ela finalizou o seu estágio de pós-doutorado, estava cheia de incertezas sobre seu futuro e com dúvidas de quais seriam os seus próximos passos. Então, a pesquisadora juntou duas áreas de seu conhecimento: processos biotecnológicos aplicados a alimentos e química de proteínas e óleos vegetais. Com isso, nasceu a ProVerde, uma startup hospedada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, sob gestão da Agência de Inovação Inova Unicamp, que atua no desenvolvimento de ingredientes de origem vegetal com uso em diversos setores, especialmente da alimentação à base de plantas. 

“Como eu sempre estive dentro da Unicamp e desenvolvi toda a minha carreira na Universidade, eu já ouvia falar do Parque [Científico da Unicamp]. Quando recebi a aprovação no PIPE FAPESP, precisava entrar o quanto antes em um ecossistema empreendedor e nisso também recebi indicações de meus professores, que disseram do potencial do Parque. Entrei na página da Inova, submeti minha proposta no edital de startups e fui aprovada”, conta Speranza. 

Mesmo com a aprovação no edital do PIPE FAPESP fase 1, Speranza seguiu em busca de mais fomento para a ProVerde, considerando que a área de foco da empresa requer não só conhecimento técnico, mas também carece de alto custo de investimento para realização de pesquisa, testes e construção de protótipos. Com isso, a ProVerde recebeu mais uma boa notícia: a startup brasileira foi aprovada no programa de fomento internacional do The Good Food Institute (GFI). 

“Após ser aprovada no segundo edital de fomento, eu sabia que estava no caminho certo. Durante meus estudos na pós-graduação eu identifiquei um forte potencial de mercado na área de produtos à base de plantas e, juntamente com minha área de estudo, eu quis trabalhar com esses produtos para fomentar ainda mais o consumo consciente e o impacto socioambiental positivo”, afirma a pesquisadora e agora também empreendedora. 

A solução da empresa-filha da Unicamp

As soluções da ProVerde focadas no mercado de alimentos plant-based, à base de plantas, utilizam processos enzimáticos e fermentativos para realizar melhoramento nutricional, funcional e sensorial em ingredientes de origem vegetal. O desenvolvimento desses produtos é focado no mercado de pessoas que não comem, reduziram o consumo de carnes ou que buscam alimentos mais saudáveis e produzidos de forma sustentável. 

De acordo com a pesquisa “O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant-Based 2022”, realizada pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) que rodou uma pesquisa on-line com 2.500 pessoas, o mercado para soluções como as da ProVerde está crescendo. Isso porque, por diversos motivos, como pontos relacionados à saúde ou à economia devido à alta do preço das carnes, 67% dos respondentes diminuíram o seu consumo de carne (bovina, suína, aves e peixes) nos últimos 12 meses. 

Pensando nesse mercado promissor e com o fomento de duas grandes instituições, a empresa está trabalhando atualmente no desenvolvimento de dois projetos. O primeiro deles busca desenvolver ingredientes proteicos modificados. Essa modificação visa não afetar qualquer aspecto relacionado às propriedades nutricionais do ingrediente, apenas trazer mais benefícios a ele. Neste caso, a empresa está dedicando-se a proteínas isoladas e concentradas, melhorando propriedades como a digestibilidade, solubilidade e a formação de espuma para melhorar a aplicabilidade desses ingredientes em alimentos. 

A empresa trabalha com produtos de matrizes latino-americanas, como os feijões, e busca desenvolver processos com menor consumo de água e que não utilizam solventes orgânicos. Os testes em bancada para o desenvolvimento dos ingredientes já estão concluídos e a empresa trabalha agora para iniciar os estudos em escala piloto.

Quanto ao segundo projeto, este concentra-se na criação de um ingrediente fermentado para aplicação em análogos à carne animal, a exemplo da carne de soja. Contudo, a empresa almeja não apenas igualar, mas superar as opções disponíveis no mercado a fim de obter produtos mais próximos à carne. 

“Temos um mercado em ascensão para conquistar com os ingredientes da ProVerde. As pessoas cada vez mais buscam reduzir o consumo da carne pensando na saúde e no bem-estar animal. Nesse caso, estamos preparando ingredientes de subprodutos ricos em proteínas com aspectos que favoreçam o desenvolvimento de análogos com propriedades mais próximas às da carne, que vão atrair ainda mais o consumo desses produtos pelos consumidores”, comenta a fundadora e pesquisadora da ProVerde. 

Conheça o Parque Científico e Tecnológico da Unicamp

A ProVerde é uma das mais de 60 empresas do ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp. Conheça as demais empresas na área de Comunidade do site.

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