Empresa instalada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp terá desenvolvimento impulsionado pela aceleradora do Hospital Albert Einstein
Texto: Isabele Scavassa | Foto de capa: Divulgação Eretz.bio
A R&R Novabio Ocular, startup instalada no Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi selecionada para o programa de aceleração Eretz.bio, promovido pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Focado em tecnologias de saúde, o projeto proporciona suporte estrutural e orientação para o desenvolvimento de projetos de startups visando a introdução no mercado. Para a R&R, essa oportunidade visa impulsionar inovações relacionadas a doenças do segmento posterior ocular.
A nova etapa da startup chega pouco tempo após a graduação na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), que ocorreu em meados de 2023. Após três anos e nove meses no programa de incubação da Incamp, a startup conquistou fôlego para seguir no processo de desenvolvimento. O período de incubação, contudo, foi fundamental para o desenvolvimento inicial, quando conseguiram fomento via Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), programa oferecido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para dar suporte a negócios em fase inicial.
Aceleração da Eretz.bio demarca nova etapa
O novo período da R&R NovaBio Ocular, marcado pela aceleração da Eretz.bio, teve início em dezembro de de 2023 e tem previsão de duração de seis meses. No começo deste ano, os sócios Mariana Aparecida Brunini Rosales e Franco Aparecido Rossato fizeram visitas aos espaços em que realizarão as atividades.
Além do acesso às duas unidades em São Paulo destinadas à aceleração, as startups prospectadas contarão com uma equipe multidisciplinar para ajudar em diversos aspectos. Quando questionada sobre o projeto, Rosales conta que a expectativa é de que o programa os ajude a levar a solução desenvolvida pela startup mais rapidamente ao mercado e, assim, ajudar as pessoas mundialmente.
Rossato, por sua vez, comenta que é uma conquista dupla. “A R&R NovaBio Ocular ganha acessando uma estrutura que pode alavancar a nossa tecnologia e a Eretz.bio ganha tendo acesso a profissionais fundadores de uma startup com talentos que transforma ideias em inovação”, conclui.
Trajetória e atuação
Criada em 2019, a R&R NovaBio Ocular surgiu do desejo de seus fundadores, Mariana Aparecida Brunini Rosales e Franco Aparecido Rossato, de empreender e levar suas descobertas para o mercado. A trajetória de ambos compreende pós-graduação em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado na Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos.
Os estudos que levaram à criação da startup dizem respeito a inovações terapêuticas e diagnósticas para doenças do segmento posterior ocular. O ponto focal do projeto analisa degeneração macular relacionada à idade, também conhecida pela sigla DMRI, responsável pela perda de visão central da retina.
“A DMRI é caracterizada pela perda progressiva da visão central da retina, o que impacta na qualidade de vida das pessoas. É também a principal causa de cegueira irreversível em pessoas com mais de 55 anos no mundo. Por isso, é um problema de saúde pública à medida que a população envelhece”, explica Rosales.
Do laboratório ao mercado
Rosales e Rossato contam que, apesar da longa trajetória acadêmica, o empreendedorismo sempre fez parte da dinâmica. “Está em nosso DNA”, comenta a sócia-fundadora. “E nesse processo rumo ao empreendedorismo, a Incamp, foi fundamental, porque a gente começou essa tecnologia do zero. E para isso, contamos muito com a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp e com a Fapesp”, comenta o pesquisador.
O benefício da Fapesp foi “fundamental” para que os sócios voltassem para o Brasil, como pontua Rosales.Com ele, a startup desenvolveu as análises em partes: no PIPE fase I, identificaram a eficácia de algumas drogas via injeção intravítrea, em fase pré-clínica. Na fase II, também pré-clínica, a pesquisa em execução busca analisar a viabilidade da solução por meio de um colírio. O projeto voltado para o diagnóstico, por sua vez, também recebeu fomento de outro PIPE Fapesp fase 1 e resultou na descoberta de biomarcadores para a DMRI em fase pré-clínica.
Em paralelo com as pesquisas pré-clínicas, os fundadores estiveram em contato com as vivências empreendedoras proporcionadas pelo Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e pela Incamp – ambos sob gestão da Agência de Inovação - Inova Unicamp. Agora, com a graduação concluída, a startup segue mantendo o vínculo com o Parque Científico e a Unicamp, onde conta com uma sala própria, equipada com laboratório de pesquisa e aparatos que ajudam no dia a dia da empresa.
Programa de incubação e Parque Científico e Tecnológico da Unicamp
Para saber mais sobre as oportunidades de incubação ou como se hospedar no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, confira as páginas de Espaços Disponíveis e os editais para convênios de pesquisa, programas de incubação ou como Startups podem se hospedar no Parque em: https://parque.inova.unicamp.br/traga-sua-empresa/