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Fotografia de grupo de funcionários da Linkages posando na placa da Unicamp. Fim da descrição.
A Inteligência Artificial permitirá realizar análises geoespaciais mais precisas e ágeis para mapear as melhores localizações de pontos comerciais para empreendedores, novas praças para franquias e novos empreendimentos imobiliários.

Texto: Christian Marra | Fotos: Pedro Amatuzzi 

A Linkages acaba de conquistar um importante incentivo para desenvolver um projeto pioneiro em seu setor. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) aprovou um aporte de recursos para a startup desenvolver um modelo de  machine learning aplicado à análise geoespacial para a geração de insights de mercado. Até o momento, não há registro de empresas no país que usam esse tipo de ferramenta em análises similares, especialmente no mercado de prospecção imobiliária.

Para obter esse apoio, a Linkages submeteu à FAPESP um projeto que detalhou como o uso de inteligência artificial pode otimizar o seu método e o processo de análise geoespacial com dados de mercado otimizando a busca pela melhor localização de um novo empreendimento. Sediada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, em Campinas (SP), a Linkages já realiza mapeamentos e estudos de mercado, tendo atendido dezenas de clientes nesse período. A aplicação de IA em seus processos é o passo natural para aprimorar o já consolidado método de análise de mercado da startup.

Para este projeto, a FAPESP aprovou a participação da Linkages na fase 1 de seu programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE 1). Durante esta etapa, a Linkages vai receber um aporte de recursos da fundação para contratar desenvolvedores, aprimorar o seu plano de negócio junto a potenciais clientes e validar o seu modelo de análises geoespaciais com IA. 

Como vai funcionar o modelo com IA

O geógrafo Dr. Lucas Baldoni, founder e CEO da Linkages, explica que existem no mercado algumas plataformas que oferecem dados e avançadas funcionalidades para o usuário final. Porém elas demandam custo de assinatura e tempo de análise, ou seja, o cliente precisa ter conhecimento em inteligência geográfica e realizar a análise até chegar à melhor localização. Por outro lado, como explica Baldoni, “a Linkages otimiza esse processo decifrando a história que os dados contam, gerando resultados sob medida e entregas super customizadas, otimizando a vida do cliente na identificação da melhor localização para seu empreendimento e, consequentemente, trazendo como resultado final aumento do faturamento e sucesso do seu negócio”, afirma.

Ele também exemplifica como o novo modelo vai funcionar: “atualmente, as plataformas já incorporam ricas bases de dados, com informações como a localização em mapas, dados socioeconômicos dos bairros, perfis de idade dos públicos locais etc. Nas análises, os especialistas cruzam essas informações e estudam visualmente os mapas para apontar, por exemplo, os melhores locais para se instalar um novo empreendimento. É um processo visual de identificação dos melhores locais disponíveis. O novo sistema com IA da Linkages vai fazer isso automaticamente, ou seja, ele já vai indicar os melhores territórios, com base nos objetivos desejados”, explica o CEO da Linkages.

Baldoni acrescenta que o sistema com IA permitirá realizar estudos de forma mais rápida e mais precisa, pois os sistemas são capazes de processar muito mais informações em menos tempo. “Se eu desejar abrir um negócio, o sistema inteligente da Linkages já vai indicar no mapa os territórios mais favoráveis. Cruzando as informações das bases de dados, ele vai privilegiar fatores atratores de seu público-alvo e restringir fatores detratores, como a presença de concorrentes nos arredores, por exemplo. O modelo com IA pode fazer essas análises com muito mais rapidez e precisão, além de preservar o rigor metodológico que a Linkages já emprega em suas análises de mercado. O sistema com IA vai otimizar e ampliar o embasamento para a tomada de decisão de agentes do mercado e de novos empreendedores, independente do seu porte ou campo de atuação”, completa.

Validação do modelo automatizado

Nesta fase 1 do PIPE da FAPESP, compete agora à Linkages desenvolver um protótipo considerando o seu método e a aplicação das tecnologias de IA e validá-lo ao longo de um período de até nove meses. O objeto do projeto serão demandas de geomarketing dos setores de franquias e de avaliação de áreas e terrenos para o mercado imobiliário, adotando dados do mercado como base. 

Para uma etapa futura, Baldoni já vislumbra as funcionalidades que podem ser incorporadas: “Em um segundo momento do projeto, mais do que apresentar os melhores lugares para se instalar um negócio, o sistema com IA vai poder indicar não apenas isso, mas também que tipo de negócio tem maior potencial de sucesso em um determinado território, conforme a análise geoespacial de mercado”, prevê o CEO.

Vale acrescentar que as empresas aprovadas para participar do PIPE 1 da FAPESP podem se qualificar, durante essa fase, a aplicar para a fase 2 do PIPE – uma etapa que prevê volumes maiores de recursos e uma profunda integração com agentes do mercado e potenciais clientes. Não é à toa que Baldoni afirma: “conquistar esse apoio da FAPESP representa um salto muito grande para a Linkages, o apoio da fundação é extremamente valioso. Temos a certeza de que ele colocará a nossa startup em um patamar bem mais alto no mercado, com ótimas perspectivas para os próximos anos”, comenta o CEO, um profissional que percorre um caminho pouco comum entre os geógrafos, atuando como empreendedor.

Fotografia de grupo de funcionários da linkages em área externa, todos usam camisetas azuis da empresa, alguns se encontram sentados enquanto outros, atrás, de pé. Fim da descrição.

Contratação de bolsistas

Os recursos do PIPE 1 aportados pela FAPESP podem ser destinados sobretudo à contratação de bolsistas para desenvolver o novo modelo geoespacial baseado em IA. Baldoni esclarece, como foi mencionado, que a Linkages também prevê contratar três especialistas para se incorporarem ao projeto.

“Nós vamos precisar de mais duas pessoas desenvolvedoras e geógrafos(as), que tenham experiência em programação com ferramentas de IA e experiência de mercado”, detalha o CEO. “Estamos à procura de profissionais com esses perfis para que se juntem ao nosso time, como bolsistas, para desenvolver o modelo nesta etapa”, finaliza.

Saiba mais sobre o Parque Científico da Unicamp

O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp está localizado dentro do maior campus da Unicamp, na cidade de Campinas. O local é constituído por 100 mil m² urbanizados, voltados para hospedar laboratórios de P&D e startups.

O ingresso das empresas é realizado por meio de submissão de propostas em edital de fluxo contínuo, disponível junto a um passo a passo no site do Parque para startups ou para empresas que desejam instalar seus laboratórios de pesquisa dentro da Unicamp.