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Foto feita em ambiente interno, no auditório da Incamp, traz o palestrante Clodoaldo Rulli ao fundo, ao lado de uma apresentação de slides projetada em tela. Em primeiro plano, está a plateia, de costas para o registro. Fim da descrição.
Evento organizado pela Inova Unicamp fez parte da programação prevista em acordo entre Unicamp e Instituto Nacional da Propriedade Industrial 

Texto: Isabele Scavassa - Inova Unicamp | Foto: Iady Adrianny - Inova Unicamp 

Centros de Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e representantes de empresas hospedadas no Parque Científico e Tecnológico, sob gestão da Agência de Inovação Inova Unicamp, participaram, nesta terça-feira (17), de uma palestra de aceleração em Propriedade Industrial (PI) realizada no prédio da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), dentro do Parque Científico e Tecnológico. A atividade ministrada por Clodoaldo Rulli, pesquisador do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), fez parte dos objetivos estabelecidos no acordo firmado entre o órgão federal e a Universidade, em 2021. 

A palestra foi mediada por Vera Crósta, assessora da diretoria da Inova Unicamp, e teve a abertura realizada pelo diretor-executivo da Inova Unicamp, o professor Renato Lopes. Em apresentação, ele abordou temas relacionados aos 20 anos da Lei de Inovação no Brasil, sob a perspectiva da Unicamp, e explicou como a Agência de Inovação da Universidade é contemplada pelos fundamentos implementados neste regulamento promulgado em 2004. 

O diretor-executivo conectou as atividades desenvolvidas pela Inova Unicamp à referida Lei, reforçando que ela desenvolve diversas atividades neste âmbito, como gestão da propriedade intelectual, da transferência de tecnologia e das parcerias realizadas entre terceiros e a Universidade. Em seguida, Lopes trouxe exemplos práticos da Inova que interferem, de fato, no processo de inovação.

“A patente é o primeiro passo da inovação”, explicou o professor. “Depois, ela precisa ser licenciada por alguma empresa ou alguma instituição precisa manifestar interesse em usar essa patente. A partir daí, é feito um acordo entre a Unicamp e essa empresa, por exemplo, com contrapartidas e restrições que levam a desenvolvimento futuros. E, aí sim,  ficamos mais próximos da inovação, apesar de ainda ter alguns passos, como o aprimoramento de uma tecnologia e, em alguns casos, autorizações regulatórios antes da solução tecnológica ser absorvida pelo mercado para concluir esse ciclo de inovação”, concluiu Lopes. 

Também foram mencionados em apresentação os dados mais recentes da Inova Unicamp, que no último ano alcançou 212 contratos de tecnologia vigentes e 109 comunicações de invenções, também em 2023. Saindo do escopo dos números e das atividades desenvolvidas na Unicamp, a palavra foi passada para Clodoaldo Rulli, que destacou os principais pontos sobre propriedade industrial, categoria incluída no leque de propriedade intelectual

Sensibilização em PI é importante para desenvolvimento de empresas

Adaptado para empresas, o conteúdo foi direcionado a pesquisadores e empreendedores com negócios instalados no Parque Científico e Tecnológico, além de startups incubadas na Incubadora da Unicamp. Rulli nivelou o público com conceitos que servem como ponto de partida para entender as possibilidades dentro da propriedade intelectual, como a diferença entre direito autoral, propriedade industrial e proteção sui generis

Com perspectivas baseadas em momentos importantes da história, o palestrante detalhou a linha do tempo traçada até os dias atuais no processo de pedido de depósito de patente. Para além de datas e conceitos, outros pontos reforçados na apresentação foram os requisitos de patenteabilidade, os custos envolvidos nesse trâmite, a possibilidade de proteção para além do Brasil e o tempo que tudo isso pode levar. 

“Esse tema, para esse público, é  importantíssimo. No meu trabalho diário eu pego muitas patentes depositadas por universidades, nas quais as ideias são excelentes, mas têm um déficit na redação e, por isso, elas acabam sendo negadas ou tendo o processo prejudicado por causa da redação da patente. Então, é muito bom que o pessoal esteja ciente e informado de como é proceder o depósito, de como deve ser a redação da patente e como acompanhar o processo até o final. Isso colabora para que o processo não seja abandonado no meio do caminho, como costuma acontecer na maioria dos casos”, explica Rulli. 

A pergunta “como a propriedade intelectual pode alavancar os negócios?” conduziu a segunda parte do debate. Para além da proteção de marca, que é um tema comum no universo empreendedor, foram abordadas outras pautas que podem gerar ativos de propriedade industrial e, consequentemente, aumento de receita, valorização e reconhecimento de negócios. 

O conteúdo exposto, de acordo com Nathan Ferraz, fundador da Sintezys, startup incubada na Incamp, “ampliou bastante a gama de conhecimento”. Segundo ele, o tema ajuda a olhar para novos focos. “Eu não pensava sobre o que foi falado, até então. Agora, eu já penso em levar o tema para uma reunião e conversar dentro da empresa”, explica o empreendedor.

Eventos sobre propriedade intelectual na Unicamp 

Pensando em solucionar dúvidas no âmbito da propriedade intelectual na Universidade, a Inova Unicamp realiza mensalmente eventos, como as mentorias em propriedade intelectual e a oficina de busca de anterioridade em bases de patentes. Para conferir mais detalhes sobre esses eventos, basta acompanhar a aba de eventos gerais e sugeridos ou navegar pela página dedicada.