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Foto posada de Gustavo Retuci e Eduardo Cardoso (esquerda para direita), fundadores da One RF. Eles encontram-se lado a lado, em frente ao logo da empresa. Eles vestem camiseta azul, com o logo da One RF. Fim da descrição.
Atuante no ramo da telemetria, OneRF conta com o ecossistema de inovação tecnológica da Unicamp para alavancar a sua tecnologia

Texto: Isabele Scavassa - Inova Unicamp | Foto: Pedro Amatuzzi - Inova Unicamp

A OneRF completa, em 2024, dois anos como startup residente do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, sob gestão da da Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp). Fundada por Eduardo Cardoso e Gustavo Retuci, ela nasceu com o objetivo de conferir ferramentas de monitoramento no âmbito da conectividade para o setor de SmartGrid e Indústria 4.0.

Sua atuação, pautada na telemetria, usa uma comunicação sem fio baseada em um sistema para coletar e armazenar dados. Desde sua criação, a startup desenvolveu hardwares, softwares e até firmware próprios para executar monitoramento em diferentes setores – sobretudo no ramo energético, onde a empresa tem maior destaque. 

As indústrias também entram no escopo de segmentos contemplados, uma vez que podem contar com a tecnologia para gerenciar recursos utilizados de uma linha de produção, por exemplo. Isso faz com que fábricas tenham o controle de tudo o que é usado para gerar um produto. 

Há, ainda, a possibilidade de aplicação no acompanhamento da iluminação viária. Nesses casos, é possível monitorar o funcionamento, os gastos e até a dimerização de uma lâmpada, termo que diz respeito à quantidade de fótons que serão usados conforme a necessidade de iluminação. 

Pesquisa e Desenvolvimento com a Enel

Parte das atividades que desempenham hoje teve início na primeira fase da OneRF, quando  assinaram um convênio de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com a Enel, concessionária responsável pelo abastecimento de energia da cidade de São Paulo. A colaboração aconteceu por volta de 2018, quando estavam em estágio inicial de análise e desenvolvimento das atividades.

Com o amadurecimento do projeto, a startup conquistou um resultado significativo, que a permitiu gerenciar cerca de 30 mil pontos de medição elétrica, entre ambientes domiciliares e privados, na Grande São Paulo. Assim que instalados, eles passaram a fornecer informações detalhadas à companhia sobre o uso da energia em cada área monitorada. 

Neste caso, a tecnologia viabilizou informações mais aprofundadas do que os dados obtidos mensalmente pela leitura do aparelho tradicional de energia. Tudo isso diz respeito ao universo do Smart Grid, ou rede elétrica inteligente – um dos campos de atuação da empresa. 

A área tem conquistado cada vez mais espaço, principalmente pela necessidade de pensar formas de atender às novas demandas do mercado de energia elétrica. Foi neste setor que os sócios-fundadores viram a oportunidade de começar. 

“Eu trabalho no setor de energia desde 2002. Na empresa em que eu trabalhava, tinha contato justamente com o setor que atuo hoje. E lá eu vi uma oportunidade, já que o mercado estava carente de empresas nacionais que conseguissem entregar essas soluções”, explica Cardoso. 

Além do setor energético, a OneRF expande sua atuação para duas outras frentes: cidades inteligentes, ou smart cities, e Indústria 4.0, também conhecida como IIoT. O primeiro segmento engloba o controle das utilities, ou seja, a fiscalização detalhada de recursos como água, gás e iluminação pública. Já o segundo, busca oferecer ferramentas que atendam às necessidades de monitoramento e fiscalização dos processos que ocorrem dentro da dinâmica industrial. 

Vivência no Parque Científico e Tecnológico  

Com a expansão dos projetos, a OneRF notou a necessidade de instalar-se em um espaço que tivesse estrutura para receber startups como a de Retuci e Cardoso. A busca por uma nova localidade, bem como os novos projetos, os levou ao encontro do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp

Mais do que suporte físico, a startup experimentou oportunidades de crescimento, inclusive da equipe. Hoje, quatro dos 19 colaboradores são estudantes da Unicamp, sendo um pós-graduando e dois estudantes de graduação. Segundo os fundadores da empresa, a expectativa é de conseguir mais funcionários em vínculo ativo com a Universidade. 

Outra experiência que soma na vivência da empresa é o contato próximo com startups vizinhas, que estão inseridas no Parque Científico e Tecnológico. “Um dos motivos de estarmos inseridos no ecossistema é a possibilidade de estarmos próximos de outras empresas e poder fazer parcerias”, comenta Retuci. 

A exemplo das conexões realizadas pela OneRF, é possível mencionar a parceria com a startup, também residente do Parque, NeuralMind, especializada em produtos e soluções baseados em Inteligência Artificial. A partir da colaboração, foi possível desenvolver métodos para ajudar na identificação de fraudes, de modo a otimizar etapas do trabalho desenvolvido pela startup. 

“O vínculo com o Parque Científico e Tecnológico e a Inova Unicamp abre portas para nós, tanto com parceiros e colaboradores, quanto com clientes. Além de contarmos com a cooperação de pessoas de dentro da Universidade, também temos colaboração de outras startups vizinhas”, conclui Cardoso, CEO da OneRF.

Saiba mais sobre o Parque Científico da Unicamp

O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, situado no campus da universidade em Campinas, é um espaço de 100 mil m² dedicado à instalação de laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e startups, como a OneRF. 

O ingresso das empresas é realizado por meio de submissão de propostas em edital de fluxo contínuo, disponível junto a um passo a passo no site do Parque para startups ou para empresas que desejam instalar seus laboratórios de pesquisa dentro da Unicamp.