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Foto posada dos fundadores da MK Fotônica. O registro mostra os sócios Leandro Matiolli e Bernardo Kyotoku lado a lado. Ambos seguram parte do equipamento que utilizam no dia a dia da empresa. Fim da descrição.

A MKFotônica, incubada na Incubadora da Unicamp que desenvolve soluções com fibra óptica, foi aprovada na fase 1 do PIPE FAPESP e, com apoio do PIPE Empreendedor, prepara-se para a fase 2.

Texto: Christian Marra | Fotos: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

A MKFotônica é uma empresa incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), sob gestão da Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp), focada em desenvolver tecnologias com o uso de fibra óptica voltadas à indústria de energia e à indústria petroquímica. E mesmo tendo ainda uma trajetória recente – ela foi fundada no final de 2022 –, ela já obteve um importante impulso para o seu crescimento: seu projeto para analisar a viabilidade de diversas arquiteturas de sensores com fibras ópticas para a indústria de energia foi aprovado para a fase 1 do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

Com isso, a MKFotônica recebeu um aporte de R$ 300 mil para o aprimoramento da tecnologia e do seu modelo de negócio. Os recursos estão sendo usados na contratação de um bolsista, na aquisição de equipamentos e na elaboração de estudos de viabilidade, tarefas previstas no cronograma do PIPE 1, que tem nove meses de duração. Mais especificamente, o projeto da MKFotônica consiste na análise de sensores destinados à medição de emissões acústicas geradas por descargas parciais em transformadores de potência, ou seja, sensores em uma de fibra óptica que monitoram eventos elétricos que podem danificar os isolantes dos transformadores (equipamentos que aumentam ou reduzem a tensão elétrica) usados na indústria de energia.

Fotografia dos fundadores da startup, Leandro Matiolli e Bernardo Kyotoku. Eles estão em pé, em uma sala fechada, e seguram partes dos equipamentos que utilizam para desempenhar as atividades oferecidas pela empresa. Fim da descrição.
A MKFotônica é uma empresa de sensoriamento óptico incubada na Incamp com foco em soluções com uso de fibra óptica para o monitoramento de emissões | Foto: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

Apesar da ainda curta trajetória da MKFotônica, seus sócios-fundadores, os físicos Leandro Matiolli e Bernardo Kyotoku, acumulam anos de experiência no setor. Antes de fundar a empresa, Matiolli teve passagens por duas empresas-filhas da Unicamp que estavam hospedadas no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, a BRPhotonics e a Idea!, que atuavam no mesmo setor. Quando essas empresas foram adquiridas por outra de maior porte, Matiolli optou por criar o seu próprio negócio. Vislumbrando o potencial de desenvolvimento da empresa no ecossistema do Parque Científico, ele se candidatou a instalar a MKFotônica no local, foi aprovado e chamou Kyotoku para formar a sociedade.

Aplicação da incubada da Incamp para a fase 2 do PIPE

Matiolli comenta que, atualmente, os trabalhos estão concentrados no projeto para a fase 2 do PIPE, cujo aporte de verba chega a R$ 1,5 milhão: “a partir do sexto mês da primeira fase do PIPE temos que elaborar um relatório preliminar e já podemos aplicar para a sua fase 2”, informa o sócio da empresa.

Ainda segundo ele, “nessa nova fase o objetivo será contratar mais bolsistas e adquirir novos insumos e mais equipamentos para a montagem dos protótipos de testes. Para alcançar a viabilidade técnica dos sensores à base de fibra óptica, são necessárias simulações em laboratório com os protótipos construídos, o que consome horas de trabalho, materiais e uma equipe maior dedicada”, explica Matiolli.

Para a nova fase, os sócios estão preparando um plano de trabalho mais robusto e mais estruturado, de modo a comprovar que a proposta tem potencial no mercado.  Para essa preparação, ambos contaram com um importante apoio do Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia (PIPE Empreendedor) da FAPESP. “Nós recebemos uma forte recomendação da Agência Inova Unicamp e da própria FAPESP para participarmos do programa, e ele foi extremante valioso para nos guiar nesta fase”, afirma Kyotoku.

Foto interna dos fundadores da MK, Bernardo Kyotoku e Leandro Matiolli. Na imagem, eles encontram-se sentados, em frente aos seus respectivos computadores, com uma das telas exibindo o logo da MK Fotônica. Fim da descrição.
Os sócios da MKFotônica trabalham no projeto para aplicação para a fase 2 do PIPE da Fapesp | Foto: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

Importância do PIPE Empreendedor à MKFotônica 

 O PIPE Empreendedor é um programa da FAPESP destinado às empresas que estão na fase 1 do PIPE, como é o caso da MKFotônica. Seu objetivo é auxiliá-las a desenvolverem suas propostas de modelo de negócio de uma maneira mais consistente e com mais sustentabilidade comercial. 

Para isso, a FAPESP fornece treinamentos especializados sobre esse tema. E a partir desse momento, cabe aos participantes, “seguir em frente, desistir ou redefinir a proposta original”, como informa a FAPESP na página web do programa. Quem participa do treinamento tem mais chances de ser aprovado na Fase 2 do PIPE, uma etapa dedicada a uma maior ênfase na pesquisa e no desenvolvimento de um produto inovador para o mercado.

Kyotoku comenta que, com os aprendizados do PIPE Empreendedor, eles têm mantido um intenso contato com o mercado para avaliar a viabilidade dos projetos da MKFotônica. “Fomos estimulados a realizar de entrevistas com mais de 100 agentes do mercado. Graças a esses contatos, absorvemos novas ideias, celebramos parcerias com empresas e consultores e identificamos novas oportunidades de financiamento para os nossos projetos. Tudo isso está contribuindo para tornar a empresa mais sólida”, afirma o sócio.

Outros projetos com uso de fibra óptica da incubada da Incamp

Fibras ópticas podem ter inúmeras aplicações na indústria. A MKFotônica tem o seu foco no setor de energia. Além do desenvolvimento de sensores para medidas de descargas em transformadores, outro de seus projetos está direcionado à indústria petroquímica. Neste caso, a MKFotônica trabalha com uma tecnologia de sensores de monitoramento para a detecção de vazamentos em dutos de óleo ou gás utilizando o monitoramento de emissões acústicas.

O campo da fotônica abrange, em linhas gerais, o uso feixes de luz para a transmissão de sinais contendo informações. Para isso, a fibra óptica é o meio condutor desses sinais. No mercado, adotar a fibra óptica costuma ter custo

Foto do aparelho utilizado pela startup, um sensor que pode ser conectado à fibra óptica. Trata-se de um objeto redondo, preto, ligado a placas. Fim da descrição.
Sensores conectados a fibras ópticas ainda têm grande potencial de aplicação em variadas indústrias | Foto: Pedro Amatuzzi – Inova Unicamp

 superior em relação aos sistemas eletrônicos. Mas ela oferece várias vantagens técnicas sobre eles: a fibra óptica é imune a ruídos eletromagnéticas de alta voltagem, ela transmite informações em longas distâncias com maior precisão, não usa condutores elétricos, tem maior resistência a temperaturas elevadas e é um material leve.

“Pesando na balança, no final das contas o uso da fibra óptica acaba sendo mais vantajoso, e por isso, suas aplicações estão sendo cada vez mais demandadas pela indústria”, explica Matiolli. Por esse motivo, a indústria de óleo e gás é um setor onde o uso da fibra óptica é propício a variadas aplicações.

Kyotoku finaliza acrescentando que “a fibra ótica permite, por exemplo, instalar sensores em áreas extensas. Isso é relevante para a manutenção de gasodutos e de oleodutos, que têm quilômetros de extensão. A fibra pode percorrer centenas de quilômetros com sensores posicionados em pontos estratégicos, o que permite monitorar qualquer anomalia ao longo das estruturas, com informações bastante precisas”, completa o sócio da empresa.

Saiba mais sobre a Incamp

Empresas com ideias ou projetos de base tecnológica com alto potencial de impacto e inovação, que estejam em fase embrionária ou em início de suas operações, podem participar dos Programas de Incubação e receber mentoria e apoio da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) por até três anos.

As empresas participantes da pré-incubação ou da incubação podem manter suas operações em outros espaços físicos (modelo não-residente) ou se instalar em uma das salas disponíveis no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp como empresas residentes. Saiba mais e confira os editais.