Texto: Agnes Sofia Guimarães | Foto: Pedro Amatuzzi - Inova Unicamp
Com a missão de desenvolver projetos de sustentabilidade ambiental para a indústria química, a empresa francesa Processium foi criada em 2002 envolvendo engenheiros experientes nas atividades industriais com pesquisadores de universidades para encontrar novas soluções às demandas do setor.
Buscando acelerar seu crescimento, em 2012, a empresa francesa lançou um novo modelo de negócios focado em identificar novos mercados emergentes. Foi quando as atenções se voltaram para o Brasil e seu parque industrial químico em ascensão.
Depois de diversas rodadas de prospecção com empresas brasileiras de diferentes portes para oferecer seus serviços, a Processium começou a analisar o melhor local para abrir uma spin-off da empresa, chamada Processium do Brasil, e iniciar suas operações para entrar no mercado latino-americano.
Nesse estudo, a decisão pelo Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, sob gestão da Agência de Inovação Inova Unicamp, foi considerada como uma estratégia fundamental para a Processium se aproximar dos maiores nomes da indústria brasileira, localizados na região de Campinas, ao mesmo tempo em que buscava se aproximar dos talentos e conhecimento desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), referência na área química, conforme explica Paulo Polastri, gerente de projetos da Processium do Brasil.
Para iniciar a sua entrada na América Latina de uma forma segura, a empresa se incubou na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), também sob gestão da Inova Unicamp, a fim de aperfeiçoar seu modelo de negócio para o mercado brasileiro.
Na incubadora, a empresa pode estruturar suas operações no Brasil, como uma consultoria para resolver questões jurídicas e administrativas, além de permitir uma capacitação maior sobre o contexto do empreendedorismo no Brasil.
Hoje, a Processium já concluiu o programa de incubação da Incamp e permanece no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp como startup. O plano futuro da empresa é expandir o contato com a comunidade acadêmica da Unicamp, com pesquisas colaborativas com os grupos de pesquisa da Universidade.
“Buscamos parcerias com a comunidade acadêmica para nos auxiliar em nossa missão principal: proporcionar ao mercado um olhar aplicado sobre os projetos de engenharia, mas com o rigor técnico-científico que encontramos entre os pesquisadores da Unicamp. Essa tem sido uma abordagem de sucesso desde nossa criação, sobretudo para lidar com temas tecnicamente desafiadores para as indústrias, como os ligados à sustentabilidade e aquecimento global”, explica Polastri.
Pontes com comunidade acadêmica
Principal setor de atuação da Processium, a indústria química é a mais inovadora no Brasil, segundo a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicada no segundo semestre de 2022. No estudo, o índice de inovação do setor químico alcançou 87%.
Em relação à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a área teve um índice de inovação de 65,3% em 2021, período analisado. A projeção para o estudo, em relação ao P&D, é de 58,3%. Índice que a Processium contribui diretamente: sua solução-chave é oferecer pesquisas para projetos de indústrias que, muitas vezes, possuem departamentos voltados para a atividade, mas precisam de um olhar híbrido, entre a Academia e o Mercado.
Entre os trabalhos realizados, destacam-se projetos ligados à bioeconomia, que têm como objetivo transformar as matérias-primas de base biológica (tais como algas, madeira, plantas etc.) em produtos para diversas aplicações, como bioenergia, ingredientes destinados à alimentação humana e animal, biomoléculas de alto valor agregado para cosméticos ou para a saúde.
A empresa também já desenvolveu estudos científicos para identificar processos de captura e valorização de CO2, para entender de que forma é possível aproveitar emissões do gás para o desenvolvimento de produtos químicos de alto valor agregado.
Diante de um mercado competitivo e cada vez mais voltado para tecnologias e soluções que se tornem inovação, a Processium encontra um cenário de oportunidades graças ao vínculo com a comunidade acadêmica da Unicamp.
“Nossa empresa conta com engenheiros formados pela Unicamp, clientes nossos que também foram estudantes da Universidade e tivemos, inclusive um estagiário que realizou um trabalho de conclusão de curso a partir de um problema que sugerimos e o apoiamos no desenvolvimento”, conta Polastri.
Saiba mais sobre o Parque Científico da Unicamp
O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp está localizado dentro do maior campus da Unicamp, na cidade de Campinas. O local é constituído por 100 mil m² urbanizados, voltados para hospedar laboratórios de P&D - com projetos de pesquisa em parceria com a Unicamp, como a Neger Telecom - e startups.
O ingresso das empresas é realizado por meio de submissão de propostas em edital de fluxo contínuo, disponível junto a um passo a passo no site do Parque para startups ou para empresas que desejam instalar seus laboratórios de pesquisa dentro da Unicamp.
- Conheça a infraestrutura e os prédios Parque Científico e Tecnológico da Unicamp
- Confira os espaços disponíveis para startups e laboratórios de P&D de empresas
- Saiba como trazer sua empresa para o ecossistema de inovação da Unicamp
- Acesse ao Relatório Anual do Parque Científico e Tecnológico na biblioteca da Inova Unicamp