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Texto: Daniella Orsi

Fotografia: Vanessa Fujihira

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Everton Zaccaria Nadalin, 34 anos, André Kazuo Takahata, 33 anos, Yakov Nae, 35 anos, Tiago Barros, 31 anos e Rafael Krummenauer, 35 anos, se conheceram no laboratório da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC), da Unicamp, enquanto realizavam estudos de mestrado e doutorado. Juntos, participaram de projetos de pesquisa em parceria com a Petrobrás, onde vislumbraram a oportunidade de aplicar, no setor de petróleo e gás, suas competências em analisar problemas complexos e formular soluções com base no estado da arte do conhecimento.

Nesse sentido, em 2014, o grupo fundou a DSPGeo, empresa incubada na Incamp (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp) especializada em fornecer soluções computacionais que permitem a melhoria da qualidade de imagens sísmicas. Segundo eles, a vontade de empreender é fruto da crença em atuarem como ponte entre o mundo acadêmico e o mercado.

Para os sócios, a escolha da Incamp se deu de forma natural, dado os fortes laços que possuem com a Unicamp. Segundo eles, a Incamp tem sido primordial no acompanhamento da gestão do negócio e pelas assessorias prestadas. Além do prestígio de estarem em uma universidade, afirmam que a incubação na Incamp possibilitou um endereço estratégico, que lhes permite acesso à mão de obra extremamente qualificada da universidade e contato direto com os melhores pesquisadores do país.

Confira a seguir a entrevista realizada com os empresários e pesquisadores membros da DSPGeo.

 

[Inova Unicamp] Como surgiu a ideia de abrir a empresa? Como os sócios se conheceram? Quais foram as suas motivações?

Nós nos conhecemos no laboratório DSPCom, na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), da UNICAMP, durante os nossos estudos de mestrado e doutorado. Nesse período, participamos de um projeto de pesquisa conjunto entre a Unicamp e a Petrobrás, denominado "Algoritmos de Processamento e Imageamento Sísmico com ênfase em Reservatórios Carbonáticos".

Com esse projeto, descobrimos que nossas competências em analisar problemas complexos e formular soluções com base no estado da arte do conhecimento, poderiam ser aplicadas no setor de petróleo e gás da mesma maneira que fazíamos na engenharia elétrica. A partir de retornos positivos, identificamos uma oportunidade para a criação de uma empresa com o objetivo de prover ao mercado soluções com aplicação da nossa expertise acumulada no período de nossos estudos.

A decisão de abrir a empresa foi consolidada na medida em que fomos sendo aprovados em programas de fomento como o Inovativa Brasil, a Aceleradora Municipal de Campinas e o PIPE, da FAPESP.

 

[Inova Unicamp] Por que escolheram empreender?

Dado o forte perfil de acadêmico dos sócios fundadores, acreditamos que por meio do empreendedorismo poderíamos produzir um grande número de inovações para o mercado, agregando um grande valor para a indústria. Ao empreender, atuamos como ponte entre o mundo acadêmico e o mercado, fazendo com que o conhecimento chegue mais rapidamente ao mundo não acadêmico - onde é utilizado na prática.

Além disso, o fato de estarmos em Campinas, o Silicon Valley brasileiro, caracterizado por ser um polo de alta tecnologia com um ecossistema de empreendedorismo dinâmico, foi determinante para a decisão de empreender.

 

[Inova Unicamp] Quais os desafios encontrados antes do processo de incubação? Por que escolheram a Incamp?

Os desafios encontrados antes do processo de incubação foram os de capacitar os sócios da empresa para a formação de uma startup e o de planejar projetos de P&D financiados por órgãos de fomento governamentais com o objetivo de dar suporte à fase inicial da empresa. Dado os fortes laços que temos com a UNICAMP, a Incamp foi uma escolha natural para nós.

 

[Inova Unicamp] Qual oportunidade, proporcionada pela Incamp, trouxe benefícios para o seu negócio?

Além de trazer o prestígio por estarmos associados a uma universidade, a incubação na Incamp possibilita estarmos localizados em um endereço estratégico, isto é, dentro de uma das melhores universidades da América Latina, o que também nos dá acesso à mão de obra extremamente qualificada e nos permite contato direto com os melhores pesquisadores do país.

Além disso, a Incamp tem sido bastante importante ao acompanhar a gestão do nosso negócio e pelas assessorias que nos presta, principalmente na área jurídica e com destaque à propriedade intelectual.

 

[Inova Unicamp] Como é o mercado em que atuam? Quais os desafios de empreender nesse segmento?

O mercado no qual atuamos, o de petróleo e gás, é ao mesmo tempo bastante desafiador e estimulante. O desafio está no fato de que esse é um mercado bastante fechado e composto por um número reduzido de empresas, muitas delas grandes multinacionais ou grandes empresas estatais.

Por outro lado, é um mercado ávido por inovação e onde o conhecimento científico é bastante valorizado, de modo que, não raramente, um conhecimento envolvendo várias disciplinas é exigido. Além disso, é um mercado no qual o conhecimento gerado em pesquisas acadêmicas é adotado rapidamente na produção industrial.

 

[Inova Unicamp] Quais produtos vocês oferecem?

Nós oferecemos soluções computacionais que permitem a melhoria da qualidade de imagens sísmicas. Atualmente temos um produto em fase de testes por empresas dos quatro continentes e nossa agenda prevê ainda o lançamento de mais dois produtos em 2015. Nosso modelo de negócios se baseia na venda de licenças de software, de serviços de treinamento, customização, suporte e consultoria.

 

[Inova Unicamp] Qual o principal diferencial competitivo de sua empresa?

O principal diferencial competitivo da nossa empresa está em nossa equipe fortemente qualificada e na nossa abordagem com uso de técnicas inovadoras de inteligência computacional em nossas soluções computacionais para processamento de sinais sísmicos.

 

[Inova Unicamp] Quais são os seus planos para o futuro? Quais serão os próximos passos?

Os nossos planos para o futuro são expandir o nosso portfólio de produtos por meio de softwares que estamos desenvolvendo atualmente. Além disso, pretendemos a expansão de nossas vendas dentro do Brasil e no mercado exterior.

 

[Inova Unicamp] Qual seria sua recomendação para outros empreendedores, que também estão iniciando seus negócios?

A primeira recomendação que temos é adquirir o máximo de conhecimento a respeito do mercado, bem como por meio da interação com clientes do mercado.

Além disso, a participação em programas de incubação junto à Incamp e aceleração junto à Baita Aceleradora tem se mostrado fundamental para que pudéssemos ter uma interação adequada com o mercado. Também a participação em programas de capacitação como o Inovativa Brasil, NAGI-PG e Startup Brasil tem sido bastante importante para nós.